segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Liberdade by Pedro Borges



Se um dia eu acordasse com asas, se um dia eu acordasse sabendo que um salto pode significar liberdade, sairia correndo atrás dos meus sapatos favoritos; aqueles que me fariam correr bastante, só para não perder tempo e ter minha liberdade comigo outra vez. E se um dia eu estivesse de olhos abertos e não encontrasse a saída imediata para ganhar minhas asas, eu simplesmente às criaria.

A vida é assim, nos permite ver o quanto evoluímos, o quanto aprendemos; e na maioria das vezes nem percebemos... Depois a percepção vem com os enfrentamentos, você passa por tudo e logo enxerga: “Eu consegui!”

É assim que tem que ser: vivendo, respeitando, amando, lutando, aprendendo... Grandes aprendizados são adquiridos com grandes batalhas!*



“Palavras movidas por sentimentos, quebrados por silêncio e vividas de momentos”... Inspiração cedida pelo amigo, pelo novo amigo para a vida; Pedro Borges de 24 anos, cearense; estudante de Comunicação Social (UEPB), dono do Blog Em meu Silêncio. * - Texto livremente modificado.

(Por Betho Medeiros)



domingo, 6 de outubro de 2013

Solitude by Gabriel Fernandes

"Se atrás de cada sorriso 
Uma lágrima se esconde 
O feliz ser que animo 
À tristeza corresponde 

Molha, à noite, minh’alma 
O pranto caminhoneiro
Ronda-me o rosto com calma 
Declara-se ao travesseiro 

E a solidão tórrida que aflige 
Antigas brisas tão frescas
Chega-me ao peito, nua 

Saudando as noites de lua 
Que me traziam estrelas 
Ainda que negras, falsas, secas"


              (Poema de autoria do mais novo amigo virtual de São Paulo, Gabriel Fernandes - Uma singela homenagem para selar nossa amizade*).


>> As bonitas inspirações só nos chegam assim, quando estamos solitários e com os mais sensíveis sentimentos aflorados; não ousemos esconder, estar próximo do sentir é entender que o amor habita e existe me nós... Ninguém é tão poeta, se não ousa expor seus sentimentos!

                                                              (Por Betho Medeiros)

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Infância e Poesia

"Eu tenho um ermo enorme dentro do olho. Por motivo do ermo não fui um menino peralta. Agora tenho saudade do que não fui. Acho que o que faço agora é o que não pude fazer na infância. Faço outro tipo de peraltagem. Quando eu era criança eu deveria pular muro do vizinho para catar goiaba. Mas não havia vizinho. Em vez de peraltagem eu fazia solidão. Brincava de fingir que pedra era lagarto. Que lata era navio. Que sabugo era um serzinho mal resolvido e igual a um filhote de gafanhoto.
Cresci brincando no chão, entre formigas. De uma infância livre e sem comparamentos. Eu tinha mais comunhão com as coisas do que comparação. 
Porque se a gente fala a partir de ser criança, a gente faz comunhão: de um orvalho e sua aranha, de uma tarde e suas garças, de um pássaro e sua árvore. Então eu trago das minhas raízes crianceiras a visão comungante e oblíqua das coisas. Eu sei dizer sem pudor que o escuro me ilumina. É um paradoxo que ajuda a poesia e que eu falo sem pudor. Eu tenho que essa visão oblíqua vem de eu ter sido criança em algum lugar perdido onde havia transfusão da natureza e comunhão com ela. Era o menino e os bichinhos. Era o menino e o sol. O menino e o rio. Era o menino e as árvores."

 (Memórias inventadas – As Infâncias de Manoel de Barros, São Paulo: Planeta do Brasil, 2010. p. 187)

Dizia ainda o poeta: "A gente só descobre isso depois de grande (…). Que o tamanho das coisas há de ser medido pela intimidade que temos com as coisas. Há de ser como acontece com o Amor."

>> Ser Criança é viver a infância com a graça de ser feliz e não ter medo do Mundo; as responsabilidades são mínimas; e obrigado mesmo é só estudar e brincar...! Linda inspiração de Manuel de Barros para o mês das Crianças* 



(Por Betho Medeiros)